Expectativa é que a fábrica de fertilizantes volte a operar até junho
Rio de Janeiro – Após dois anos de paralisação, a Fábrica de Fertilizantes de Araucária (Fafen-PR), no Paraná, poderá voltar a operar até o início de junho. Esta é a expectativa da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que se reuniu nesta terça-feira, 8, com o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França, para dar continuidade às negociações sobre o efetivo e as condições operacionais da fábrica, o efetivo de mão-de-obra e as condições operacionais da unidade.
A reunião, que segue o movimento iniciado pela greve nacional de advertência no dia 26 de março, teve como destaque o compromisso de garantir a retomada das operações, com ênfase na segurança operacional. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Paraná (Sindiquímica-PR) e do Sindicato dos Petroleiros do Paraná (Sindipetro-PR) também participaram do encontro.
A reabertura da Fafen-PR é considerada fundamental não apenas para o setor petroquímico, mas também para a economia nacional. A unidade tem um papel estratégico na produção de fertilizantes nitrogenados, reduzindo a dependência de importações. O Brasil, atualmente quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, importa cerca de 85% dos produtos que utiliza.
A reunião também abordou questões cruciais sobre a segurança da unidade, especialmente no contexto da parada de manutenção e da retomada das operações. A FUP e o Sindiquímica-PR destacaram a necessidade urgente de reposição de efetivos para garantir a continuidade das operações com segurança e eficiência. “A falta de pessoal é um dos principais desafios”, pontua Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
A FUP ressaltou ainda a relevância da unidade para a segurança alimentar do país. “A reabertura da Fafen-PR não só representa uma oportunidade de geração de empregos e renda, mas também está diretamente ligada à segurança alimentar da população brasileira”, pontuou Bacelar.
Também seguem pendentes questões relacionadas ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), como a implantação do Plano de Cargos e Salários e a situação previdenciária dos petroquímicos, que ainda não têm acesso ao Plano Petros (plano de previdência privada da Petrobrás), em descumprimento ao acordo firmado com o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Outro ponto relevante debatido foi a incorporação da Fafen-PR ao Sistema Petrobras. Rodrigo Maia, coordenador do Sindiquímica-PR, reforçou que essa é uma reivindicação histórica da categoria, que visa garantir que a fábrica permaneça sob o controle da Petrobrás, preservando os direitos dos trabalhadores e assegurando os empregos.
A Fafen-PR, que operava desde 1982, era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e de 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas. Ou seja, a “hibernação” da Fafen-PR fez com que o país deixasse de produzir por dia 2 mil toneladas de ureia e 1.300 toneladas de amônia, utilizados na fabricação de fertilizantes.